Estar em um processo de ascendência não é simples, organizar, pôr ordem na casa passa de longe da rapidez e bons resultados logo de cara, porém, podemos notar com clareza uma evolução na Seleção Brasileira. De fato, estamos longe do ideal almejado pela torcida brasileira, uma Seleção espelhada nos melhores anos que pude presenciar, Ronaldinho Gaúcho brilhando e exibindo dribles desconcertantes, o Fenômeno em sua melhor forma, fazendo gols de todas as formas e estilos, Lúcio e Juan sendo praticamente intransponíveis na zaga, Cafú e Roberto Carlos voando pelas laterais, sem mencionar na qualidade e brilhantismo do meio de campo, a velocidade impressa e a qualidade de passes. Enfim, é visto que não teremos o prazer de rever uma Seleção assim tão cedo, porém não é impossível alcançar parte do brilho obtido por aquela campanha maravilhosa de 2002.
Levando em conta as peças que possuímos é totalmente possível armar um bom time, como vem se vendo nos últimos jogos, a ordem vem novamente se fazendo presente, mesmo com a ausência de resultados positivos, não é mais uma seleção amedrontada pelo tamanho dos adversários e perdida em campo. Pode-se notar com clareza um novo perfil tático, a busca pela vitória vinda por todos os lados e não apenas em cima de um garoto de 21 anos.
Nos últimos amistosos não tivemos resultados positivos, mesmo aprimorando a qualidade do futebol, porém pode-se notar algumas falhas que precisam ser concertadas com urgência. A zaga, mesmo sendo constituída por dois daqueles que estão entre os melhores zagueiros do mundo, vem sendo o ponto desequilibrado por sofrer vários gols. Aquela velha concepção de que a zaga apenas marcando super bem trás vitórias acabou, assim como a de que atacantes apenas devem fazer seu trabalho, marcando muitos gols. Futebol é coletivo, assim, todos precisam fazer sua parte. Acredito que assim que o equilíbrio for alcançado pela zaga, teremos melhores resultados.
Outro aspecto que deve ser destacado é a torcida, a forma com que se portou neste último jogo, sem vaias ao final dos 90 minutos, mesmo com o empate. Sinceramente, espero que a torcida gaúcha também faça seu papel no próximo domingo, contra a França, apoiando, incentivando e vaiando apenas se necessário, sem exageros.
Evoluir não é simples, nem sempre vai agradar a todos, mas podemos começar a nos orgulhar por ver uma Seleção mais arrojada, sem tanta pressão sob apenas um jogador, por finalmente compreender que uma equipe é formada por 11 que jogando e cooperando um com o outro, dedicando-se, tudo se faz mais fácil. Claro, um sempre terá que puxar a responsabilidade, terá que guiar os demais, levar para frente uma Seleção que até o ano passado - e este ano também pelo ponto de vista de muitos - vinha abatida e sem chances de conquistar nada.
"Ainda não é um Brasil preparado, ainda não é um Brasil pronto, mas que tem qualidade técnica pra fazer mais, mas ainda taticamente a gente precisa ter um pouquinho mais de tempo, paciência e principalmente entrosamento para a equipe se ajustar e também para que o Felipão ache o melhor lugar para os atletas, algo que, inclusive, ele faz desde que reassumiu a Seleção. Mas parece que mesmo podendo jogar onde querem ainda não conseguem jogar o que podem."
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