quinta-feira, 6 de junho de 2013

A bruxa está solta

Surpreendente é a situação em que nos deparamos neste início de Brasileirão. Dos vinte clubes que disputam a série A, em quatro rodadas, três treinadores já perderam seus postos.

Jorginho foi a última vítima e foi demitido do Flamengo hoje decorrente da derrota sofrida contra o Náutico na noite de ontem no Orlando Scarpelli. O que chamou minha atenção foi o tempo dado para o ex co-piloto de Dunga na Copa do Mundo, apenas 14 partidas, destas com sete vitórias, quatro empates e três derrotas. De fato é uma situação inusitada, visto que a culpa foi colocada unicamente sob o treinador tendo um time como o Flamengo nas mãos, com problemas dentro e fora de campo, uma diretoria que recém assumiu o comando do rubro-negro, que já vinha cheio de problemas, um time sem vontade e um elenco debilitado. 




Outra vítima foi o contestável Muricy Ramalho. Depois de meses sem trabalhar, sem comandar o Santos (não vi Muricy trabalhar após a conquista da Libertadores de 2011), e de muita pressão por parte de seus torcedores, a diretoria cedeu e demitiu o treinador, mesmo com uma multa rescisória alta. O fato é que além de não conseguir evoluir no comando do alvinegro praiano, o comandante ainda deixou de lado o que já era praxe da casa, o DNA ofensivo e a utilização da base. A situação se agravou com a queda de rendimento do ex-santista Neymar, que foi vendido para o Barcelona. Entretanto, será que a culpa deveria recair apenas sobre ele ou será que a diretoria também tem culpa por passar a ter uma gestão preguiçosa e tomada pela "Neymardependência"? É fatídico que houve uma pequena mudança no quesito posicionamento tático da equipe praina, porém, jogador da base acoplado a alguns jogadores com mais experiência não surtem efeito.
























E por fim, foi anunciada a queda de Guto Ferreira, ex treinador da Ponte Preta. A derrota perante ao Atlético Paranaense em casa pesou demais sob os ombros do antigo treinador da macaca. Mais um caso de que um jogo influenciou na queda de um bom treinador, em um time que vinha em constante ascendência, desde o ano passado. Fez um trabalho muito bom, porém qual o argumento da queda que a diretoria irá expor? Uma simples derrota? 

Outro que está na berlinda, dentre os grandes é Ney Franco, que após uma derrota em casa para o Goiás, sentiu ecoar da torcida o nome de Muricy. Porém novamente é posto em xeque o trabalho do treinador, sendo que será realmente ele o culpado pela fase vivida pelo tricolor? Está entre os primeiros colocados do campeonato, foi eliminado no Paulista e na Libertadores da América (de forma vergonhosa). Todavia, em meu ponto de vista, a diretoria possui mais culpa que o comandante, visto que o treinador usa das melhores peças que há no elenco em busca de melhores resultados, usa de um futebol ofensivo, contudo não é o suficiente. 

Neste momento surge a incógnita: Em alguns casos, será mesmo que a culpa é do treinador? Ou será uma sucessiva de erros, tanto de diretoria, por não contratar, treinador, por não fazer o seu papel e estar acomodado, e dos próprios jogadores, que deixaram de honrar a camisa que vestem? O fato é que não basta demitir o treinador e acreditar que tudo estará resolvido. O futebol brasileiro está em uma decadência desenfreada, basta olhar para o retrospecto brasileiro nas últimas Libertadores da América, a dificuldade encontrada em uma simples Copa do Brasil e na própria Seleção, onde a maioria dos jogadores provém de solo europeu e equipes distintas. Há uma total falta de planejamento pelos clubes, direção e treinadores, uma falta de diálogo entre partes para fazer o futebol ser mais disputado e com melhor qualidade. 

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